sexta-feira, 25 de março de 2011

Armadura



A necessiadade de me proteger das pessoas jamais impediu que eu fosse seduzida por elas, talvez porque na certeza de que pudesse ser machucada houvesse a esperança de que em algum momento eu fosse surpreendida.

quinta-feira, 24 de março de 2011


Rastro


O sorriso se perdeu
Entre as folhas que rodopiam ao vento
No tempo que a lua cheia arrasta
Na sombria névoa que adorna as árvores
Dissipou-se, esvaiu-se
No uivado distante dos lobos
No frio que arrepia o corpo
No silêncio que abraça a madrugada
No aroma do solo molhado
Nas labaredas de uma pequena fogueira
No fogo que consome a madeira
O sorriso se perdeu
Na escuridão mística da noite
Nos desejos cálidos de outrora
Que adormeciam ao toque da aurora
Dispersou-se, fugiu
Perdeu-se seguindo teu rastro

terça-feira, 22 de março de 2011



Lira


Majestosa, imponente
De tanto namorar-te
Quase toco docemente
O brilho que bela te faz

Nunca flertei-te tão perto
Sob teu céu negro desperto
Meu segredo em teus braços jaz

As estrelas se rendem ao teu canto
Tecem o teu véu, o teu manto
De escuridão estás adornada

És a lira que embala as poesias
Desta dama que em melancolia
Faz-se poetisa da madrugada





sexta-feira, 18 de março de 2011

Incertezas


O que teus olhos contemplaram ao me ver?
O que teu coração conseguiu alcançar ?
Que sentimentos te aproximaram de meu ser?
O que te motivava a me procurar ?
O que eu representei pra você?
Em sua vida qual foi meu lugar ?
O que prentendias ao me envolver ?
Por que anseiava minha alma tocar ?
Quando deixei de te pertencer ?
Em que momento foi frio meu abraçar ?
Quando fui pouca para te apetecer ?
O que significou meu fôlego encontrar ?

sexta-feira, 11 de março de 2011

Burlando as regras





Estamos constantemente criando fórmulas para que as nossas realações interpessoais sejam exitosas. Essa busca incessante pelo comportamento ideal gera equívocos e frustrações inúmeras quando o previsto não condiz com a realidade. Esquecemos que tais regras são inúteis porque os sentimentos não são estáticos, são dinâmicos e portanto variam conforme a circunstância e as pessoas envolvidas.


Vivemos a tensão de supor que certas regras são infalíveis e nos submentemos a comportamentos programados tal qual robôs. Esquecemos que o tempo que passa durante a nossa atitude cênica não voltará jamais para que possamos ser autênticos. Está intrínseco em nós a convicção absurda como regra geral que as pessoas gostam de indiferença e desprezo. Essa teoria está fundamentada no medo que sentimos da rejeição, porque não sabemos lidar com isso.


E numa atitude desesperadora seguimos teorias que nos dizem que nossos atos devem contradizer o nosso coração . Isso não parece algo extremamente controverso ? A verdade é que há sim regras, mas elas nunca funcionam . Independente do quanto você se esforce para demontrar o contrário do que está sentindo, não se esqueça: existem exceções.


Talvez você nunca ouvirá o pedido de perdão que acha que merece, ou talvez aquela pessoa especial nunca te procure , ou ainda aquela demontração , ou valorização tão almejada nunca aconteça. Mas, na dúvida, o que perderás em ser você mesmo e fazer o que teu coração te ordena ? Com o tempo aceitamos que a única fórmula perfeita é seguir o coração, não sabemos para onde ele nos conduzirá, mas é na incerteza de seu trajeto que está o segredo.