sexta-feira, 25 de novembro de 2011



Santa Inquisição

Por heresia renega a santidade
De um imaculado sentimento divino
Subversiva, rebelde ovelha
Sumcumbe ao caminho peregrino
Profano, idólatra, politeísta
No templo apaga a centelha
Condena-se, rejeita a fé
No seu intimo quer arder na fogueira


Quimera


Parecia real e tangível
A tua ira inacessível

O peso do corpo encurralando

Ambos desejos triunfando
Subtamente imobiliza
Ao toque da pele, paralisa
Manifestas, as bocas se calam
Lábios que novo hálito exalam

terça-feira, 22 de novembro de 2011



Insana


Sutil veneno na madrugada
Açoita a alma despida
Ocultos, versos disformes
Em prosas soltas, fingidas
Rompe a veia, árido sangue
Devaneios projetam imagens
Nas sombras, suor, arrepio
Abismo, aprisiona o selvagem
Libertas, as rimas se perdem
Preso o desejo expande
Sussurro, suspiro, gemido
Finda a poesia, ofegante

segunda-feira, 21 de novembro de 2011


Paradoxo

E
u, que anulei a possiblidade
Fomento o desejo
Eu, que repeli o contato
Anseio a aproximação

Eu, que neguei os lábios

Oferto beijos

Eu, que evitei a combustão
Ardo em febre
Eu, que fugi do toque
Almejo o corpo

Eu, que ignorei o olhar
Busco-o intensamente

Eu, que desdenhei o jogo
Inclino-me para a conquista
Eu, que contestei o sorriso
Regozijo-me na lembrança
Eu, que reprimi a atração
Perco-me a cada encontro
Eu, que rejeitei o momento
Ofereço a eternidade
Eu, que virei a face
Entrego a alma

sexta-feira, 18 de novembro de 2011

O breu ,o mistério
O infinito instante
Um sorrir ingênuo
A pele de bronze
Exala malícia
E a vaidade expande
Beijos e carícias
Um jovem amante
Ameaça o império
Da deusa errante
E sobre tal templo
Segue triunfante

Há um tempo não contabilizado
Que os passos ignoram
E os ponteiros desconhecem
Há um tempo no tempo
No intervalo das eras
Implícito em piscar de olhos
Há um tempo que se deseja
Não principia nem finda
É o que poderia ter sido



Último suspiro
So recém nascido
Desejo insano
Eu, mortal, finita
A contemplar a face
De um imponente deus
Castiga, pune , maltrata
Dizima a quem não peca
Tirano, vil , tortura
Marcas, eternas chagas
Em uma alma escrava