segunda-feira, 19 de dezembro de 2011






Não é uma questão de escolha

Essas sombras se materializam

Está em mim o que eu não aceito

A soberba perfeição forjada

Transitando no escuro do que desejo

A que lado eu pertenço ?

Na ponta dos pés, representando

Moldada por sonhos alheios

A realidade é tão circunstancial

O lago de águas turvas me atrai

No reflexo um rosto desconhecido

Como fugir do dualismo ?

Talvez a luz seja a projeção das trevas

Eu sou a morada da insensatez

Ingenuos gestos de impulsos dúbios

Delírio inevitável de um devaneio



Não é uma questão de escolha
Essas sombras se materializam
Está em mim o que eu não aceito
A soberba perfeição forjada
Transitando no escuro do que desejo
A que lado eu pertenço ?
Na ponta dos pés, representando
Moldada por sonhos alheios
A realidade é tão circunstancial
O lago de águas turvas me atrai
No reflexo um rosto desconhecido
Como fugir do dualismo ?
Talvez a luz seja a projeção das trevas
Eu sou a morada da insensatez
Ingenuos gestos de impulsos dúbios
Delírio inevitável de um devaneio

sexta-feira, 25 de novembro de 2011



Santa Inquisição

Por heresia renega a santidade
De um imaculado sentimento divino
Subversiva, rebelde ovelha
Sumcumbe ao caminho peregrino
Profano, idólatra, politeísta
No templo apaga a centelha
Condena-se, rejeita a fé
No seu intimo quer arder na fogueira


Quimera


Parecia real e tangível
A tua ira inacessível

O peso do corpo encurralando

Ambos desejos triunfando
Subtamente imobiliza
Ao toque da pele, paralisa
Manifestas, as bocas se calam
Lábios que novo hálito exalam

terça-feira, 22 de novembro de 2011



Insana


Sutil veneno na madrugada
Açoita a alma despida
Ocultos, versos disformes
Em prosas soltas, fingidas
Rompe a veia, árido sangue
Devaneios projetam imagens
Nas sombras, suor, arrepio
Abismo, aprisiona o selvagem
Libertas, as rimas se perdem
Preso o desejo expande
Sussurro, suspiro, gemido
Finda a poesia, ofegante

segunda-feira, 21 de novembro de 2011


Paradoxo

E
u, que anulei a possiblidade
Fomento o desejo
Eu, que repeli o contato
Anseio a aproximação

Eu, que neguei os lábios

Oferto beijos

Eu, que evitei a combustão
Ardo em febre
Eu, que fugi do toque
Almejo o corpo

Eu, que ignorei o olhar
Busco-o intensamente

Eu, que desdenhei o jogo
Inclino-me para a conquista
Eu, que contestei o sorriso
Regozijo-me na lembrança
Eu, que reprimi a atração
Perco-me a cada encontro
Eu, que rejeitei o momento
Ofereço a eternidade
Eu, que virei a face
Entrego a alma

sexta-feira, 18 de novembro de 2011

O breu ,o mistério
O infinito instante
Um sorrir ingênuo
A pele de bronze
Exala malícia
E a vaidade expande
Beijos e carícias
Um jovem amante
Ameaça o império
Da deusa errante
E sobre tal templo
Segue triunfante

Há um tempo não contabilizado
Que os passos ignoram
E os ponteiros desconhecem
Há um tempo no tempo
No intervalo das eras
Implícito em piscar de olhos
Há um tempo que se deseja
Não principia nem finda
É o que poderia ter sido



Último suspiro
So recém nascido
Desejo insano
Eu, mortal, finita
A contemplar a face
De um imponente deus
Castiga, pune , maltrata
Dizima a quem não peca
Tirano, vil , tortura
Marcas, eternas chagas
Em uma alma escrava

domingo, 14 de agosto de 2011

Em mim residem todos os sonhos
Faceira, caminho sobre o impossível
Obstinada, desafio o destino
O inimaginável torno visível
Observo o imperceptível ao mundo
Curiosa, adentro os sorrisos
Absorvo cada vida, imagens, sons
De fragmentos de olhares é o meu paraíso
Poliglota, multicor, faço-me várias
Minha'lma entrego a cada encontro
Brinco com o acaso, doce ou amarga
Caminho feliz e atristeza afronto


terça-feira, 26 de julho de 2011



A arte de ser héroi



Sinto que o estado de amor genuino nos incita a nos esvaziarmos de nosso egoismo inato para cedermos espaço ás prioridades do ser amado. Aceitamos voluntariamente a saga de doadores de alegrias constantes com o prazer tal de quem é convidado a conhecer o paraíso. Porque a felicidade de quem amamos é indubitavelmente o portal secreto apra as terras da plenitude.

E o tempo nos contempla com diploma na arte de ser héroi. Nos sentimos com poderes especias tais como a resistência a soberba, a capacidade de perdoar e a humildade para assumir a culpa diante do erro.Viver para realizar o sonho de quem se ama é o maior sonho do altruísta, o verdadeiro amante.

Defino as pessoas que amam verdadeiramente como criaturasprivilegiadas, afortunadas até mesmo quando sogrem. Porque não é um pesar comum que sentem, nem as chagas da alma são similares a outras chagas. Trata-se de marcas inigualáveis que as fazem lembrar a dimensão do que sentem.

Creio que não há outra forma de amar sem fazer-se héroi da vida alheia, mesmo que isso implique em não ser da própria.

quarta-feira, 29 de junho de 2011







As águas me chamam

E clamam pelo meu corpo

Submerso, inerte , imerso

Em escuridão

Profundo rio sombrio

Lança-me o desafio

Mergulhar, residir

Encontrar o perdão

Jazigo, abrigo do aflito

Gélida morada, inacabada

Planando na água

Atada em solidão

Caminho na margem

Na direção da miragem

Que acena ao fundo

Amuleto em mãos

Recebe-me morte, entrego-me a sorte

Pouso e repouso de olhos aberto

Tão fundo e tão perto

Rumo a redenção







quarta-feira, 1 de junho de 2011

Incertezas






Quando eu pensei estar agindo correto diante de um erro eu percebi que estava cometendo um erro maior ainda : acreditar que as pessoas estão preparadas para lidar com a sinceridade que impulsiona a confissão. Era para ser uma atitude nobre, fruto de um arrependimento sincero. Mas não passou de uma tolice que desencadeou o caos. O que é mais fácil e mais aceitável ? Ser hipócrita talves, ser frio e egoísta a ponto de preservar os meus interesses , mesmo que para isso seja preciso enganar os outros.Que contraditório.


Não foi emocionante descobrir que sou mortal. Foi decepcionante me perder em caminhos que julguei ser desprezíveis. Foi sórdido perder a ingenuidade. Foi um engano pressupor que algumas pessoas mudam com o passar do tempo. Mas , eu tentei corrigir, eu tentei ser alguém melhor, eu tentei voltar a ser genuina e fiel a meus princípios.


Sim, eu esperei a mesma postura dos outros, eu desejei a verdade, eu busquei, eu sonhei com ela. Ela não me foi dada, foi vomitada porque eu meti o dedo na garganta do covarde. E o que ele me ensinou ? Que por mais arrependida que uma pessoa possa estar diante de um erro, confessá-lo é colocar-se na mira de um coração vingativo. É um risco que todos correm.


Tenho medo, confesso, da pessoa que o mundo quer me obrigar a ser. Desconheço-me. Não sei mais quem sou. Nada mais está sólido e estável pra mim. Eu me perdi, não sei voltar, simplemente porque não sei onde estou.


segunda-feira, 4 de abril de 2011


Murmúrios I



És tão dúbio, confuso

Que em ti, escusas

Estão incertezas minhas

Por gélida ser tua alma

Por manteres sempre a calma

Enqanto meu sorrir definha

sábado, 2 de abril de 2011









Saudade


Uma plácida saudade

Como manto aveludado

Reveste-me a alma

Tenro e doce prado

Traz-me um aroma

De sorrisos ofertados

Beija-me os olhos

Levemente marejados

sexta-feira, 1 de abril de 2011


Ciúmes




Desejo roubar-te os sonhos

E neles fazer moradia

Monopolizar o teu corpo

Minha enterna estadia

Desejo roubar-te os sorrisos

Guarda-los em minh'alegria

Possuir tua solidão

No ápcice da nostalgia

Desejo roubar-te o fôlego

Tua alma, tua magia

Prender-te em minhas entranhas

A mais sublime elegia










Evocação


Se dizem-me : ''esquece'' !

Ferida, logo padeço

A memória jamais perece

De lembranças me apeteço


Como podem dizer : ''dizima ''

Vestígios de um tempo perfeito

Se as pegadas formam a rima

Da poesia que jaz sob o peito

                                             Recordar, reviver, enfim
 
Sentir outrora tão perto

Faz-me crer, sim foi real !


E aqueles que julgam a mim

Não farei da memória um deserto

Mas palco de meu ser passional








sexta-feira, 25 de março de 2011

Armadura



A necessiadade de me proteger das pessoas jamais impediu que eu fosse seduzida por elas, talvez porque na certeza de que pudesse ser machucada houvesse a esperança de que em algum momento eu fosse surpreendida.

quinta-feira, 24 de março de 2011


Rastro


O sorriso se perdeu
Entre as folhas que rodopiam ao vento
No tempo que a lua cheia arrasta
Na sombria névoa que adorna as árvores
Dissipou-se, esvaiu-se
No uivado distante dos lobos
No frio que arrepia o corpo
No silêncio que abraça a madrugada
No aroma do solo molhado
Nas labaredas de uma pequena fogueira
No fogo que consome a madeira
O sorriso se perdeu
Na escuridão mística da noite
Nos desejos cálidos de outrora
Que adormeciam ao toque da aurora
Dispersou-se, fugiu
Perdeu-se seguindo teu rastro

terça-feira, 22 de março de 2011



Lira


Majestosa, imponente
De tanto namorar-te
Quase toco docemente
O brilho que bela te faz

Nunca flertei-te tão perto
Sob teu céu negro desperto
Meu segredo em teus braços jaz

As estrelas se rendem ao teu canto
Tecem o teu véu, o teu manto
De escuridão estás adornada

És a lira que embala as poesias
Desta dama que em melancolia
Faz-se poetisa da madrugada





sexta-feira, 18 de março de 2011

Incertezas


O que teus olhos contemplaram ao me ver?
O que teu coração conseguiu alcançar ?
Que sentimentos te aproximaram de meu ser?
O que te motivava a me procurar ?
O que eu representei pra você?
Em sua vida qual foi meu lugar ?
O que prentendias ao me envolver ?
Por que anseiava minha alma tocar ?
Quando deixei de te pertencer ?
Em que momento foi frio meu abraçar ?
Quando fui pouca para te apetecer ?
O que significou meu fôlego encontrar ?

sexta-feira, 11 de março de 2011

Burlando as regras





Estamos constantemente criando fórmulas para que as nossas realações interpessoais sejam exitosas. Essa busca incessante pelo comportamento ideal gera equívocos e frustrações inúmeras quando o previsto não condiz com a realidade. Esquecemos que tais regras são inúteis porque os sentimentos não são estáticos, são dinâmicos e portanto variam conforme a circunstância e as pessoas envolvidas.


Vivemos a tensão de supor que certas regras são infalíveis e nos submentemos a comportamentos programados tal qual robôs. Esquecemos que o tempo que passa durante a nossa atitude cênica não voltará jamais para que possamos ser autênticos. Está intrínseco em nós a convicção absurda como regra geral que as pessoas gostam de indiferença e desprezo. Essa teoria está fundamentada no medo que sentimos da rejeição, porque não sabemos lidar com isso.


E numa atitude desesperadora seguimos teorias que nos dizem que nossos atos devem contradizer o nosso coração . Isso não parece algo extremamente controverso ? A verdade é que há sim regras, mas elas nunca funcionam . Independente do quanto você se esforce para demontrar o contrário do que está sentindo, não se esqueça: existem exceções.


Talvez você nunca ouvirá o pedido de perdão que acha que merece, ou talvez aquela pessoa especial nunca te procure , ou ainda aquela demontração , ou valorização tão almejada nunca aconteça. Mas, na dúvida, o que perderás em ser você mesmo e fazer o que teu coração te ordena ? Com o tempo aceitamos que a única fórmula perfeita é seguir o coração, não sabemos para onde ele nos conduzirá, mas é na incerteza de seu trajeto que está o segredo.






quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

Michelle

Quando se conhece um anjo, vive-se um sonho
De estar protegido por doce sorriso e bela alma
Porque em tais olhos que as estrelas invejam
Encontra-se um brilho que conforta e acalma


A magia dos anos juvenis que te adornam
Compete injustamente com tua infinda beleza
Os sonhos são as flores que perfumam o coração
Do peito angelical que te faz realeza


Princesa, fada, musa, feiticeira , bailarina
Inspira a arte de acreditar na fantasia de amar
Abre os caminhos do paraíso : a amizade
Teu canto me conduz a ali eternamente morar


Não guardarei teu segredo menina
Não é justo que fiques no oculto, sem que te revele
Todos saberão que sobre a terra caminha
Um lindo anjo que se chama Michelle











quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

Vôo


Minh'alma baila na névoa
Do infindo lago azul
As nuvens sob meus pés
Acima o cruzeiro do sul
Sonho que tece as asas
Dos olhos alados que flertam
O resplandecer da aurora
Cujos raios cálidos despertam
A mágica rima da vida
Em tal amplitude celeste
Já crava intensa a saudade
Dos que ficam em seio terrestre

terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

Fronteira
A saudade que de longe partiu para tão perto estar
Agora está tão perto, sente o coração dele vibrar
Arranca-lhe um beijo na madrugada, ás escondidas
Fitando o horizonte, quase nada a divisa
Limite que separa o que é sempre inatingível
Distante ou próximo, da mesma forma impossível

quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

Pretexto
O amor que nos apresentam é um pretexto para se conjugar o verbo pertencer. Amar é renunciar a posse, porque a liberdade do outro é o princípio de quem ama. E aquele que ama é um voluntário na restauração de almas. Viajante solitário, que trafega entre vidas, priorizando o ''ser'' em detrimento ao ''ter''. Na verdade o amante é um admirador de borboletas, não um colecionador. Alguém que tece seu amâgo com fragmentos de sorrisos, porque estes serão as lembranças mais significativas das vidas que tocou. Aquele que vive o amor transforma lágrimas em estrelas, porque sabe que a saudade é só um artifício do coração para estar mais perto daqueles que partiram.

domingo, 23 de janeiro de 2011

Sombras noturnas

Majestosa abriga os perdidos
Que em vielas caminham descalços
Celebra a dor dos contritos
Acolhe quem perde os passos
Acalma os olhos sofridos
Conduz a incerteza aos atos
Redime e liberta os aflitos
Com a poesia dos fatos
Tece asas para os contidos
Rompe a corrente dos fracos
Dizima o medo, cicatriza o ferido
Envolve o oculto em seus laços




sábado, 22 de janeiro de 2011

Retalhos de uma boneca



Inanimada. Esquecida em um canto qualquer do teu mundo. As cores de meu tecido não mais te alegram e os meus olhos já não atraem os abraços cálidos que antes de dormir me davas. Fui o travesseiro que abrigou os sonhos mais simples e ousados que faziam vibrar o teu coração. Não me ausentei, nem memso na tua ira, mantive-me quieta sob a escuridão de teu quarto, observando-te com paciência, aguardando ficar branda a tua alma. Fui os ouvidos fiéis das pronúncias tuas e algumas lágrimas de teu âmago molharam a minha roupa. Como era belo o teu sorriso, os teus gracejos e ataques repentinos de saudade. Saudade do conforto de meu algodão, das minhas costuras. As vezes me apertava de maneira tão voraz que me confundia, não sabia ao certo se era a tua maneira rude de falar que precisava de mim ou se era apenas carência de um alguém que não conseguia lidar com as próprias emoções.


Eu desejei falar, sair da inércia de minhas limitações, mas me mantive estática, conhecer os teus detalhes me satisfazia. Meus sentimentos eram invisíveis, contidos, escusos. Fiz-me tua, tua companhia, tua boneca, teu anjo, teu refúgio. Quis te tocar, mas era você que me tocava. Eu era apenas um depósito de teu ser implícito. Vi a tua verdadeira face, aquela que somente a mim poderia mostrar. Me controlei infinitas vezes para não ultrapassar os limites de minha condição.


Ensinaste-me a ser humana, teus atos rasgaram meu pano fazendo com que de um amontoado de tecidos surgissem labaredas. A porcelana do meu rosto ruborizou ao tocar tua pele quente . Ser de carne era uma maneira perigosa e ntensa de viver. A ingenuidade de minha essência se mesclava a esse novo mundo, o universo de tuas sombras e divindade. Experimentei a sensação de sair da embalagem, de ser acalentada, provada, tentada. Adormecestes em meus braços e eu me abriguei nos teus mesmo quando tua cama estava vazia.


Hoje não reconheço o lugar onde me deixastes, não é mais familiar, talvez nem seja seguro. Não tem o perfume de teu quarto nem a maciez de teu lençol . Não consigo mais ouvir os teus passos, nem os sorrisos sarcásticos. Nem sinto a tua respiração se aproximar. Não sabia aonde estava me levando, mas confiei piamente em teus pés. E de súbito tuas mãos soltaram as minhas. Nenhuma palavra, nenhum toque, nenhum olhar. Apenas te vi partir e sem alarde recebi uma rajada de sensações tão estranhas e incomuns. Não compreendi ainda se fui tão inútil, tão sem valor, ou se ser uma boneca sua entediou teu instinto versátil.


Não reconheço o lugar, nem ousei sair de onde me deixaste. As vezes fica escuro e neva. Meus nobres tecidos viraram retalhos. Passará algum tempo até que esses rasgos que expõe meu algodão se fechem, sejam costurados. Enquanto isso , eu silenciosamente espero surgir o calor da luz que secará a lágrima que escorre do rosto cada vez que espero uma única demontração de qeu em algum instante daquele tempo eu fui alguém e não algo.

terça-feira, 18 de janeiro de 2011

Habito em mim





A sensação que tenho é de que eu não me encaixo em nada nesse mundo. Sou inapropriada para a época, para o estilo de vida contemporâneo, para o momento. Não me encontro, não me sinto um elemento pertinente a esse conjunto. Meu mundo não é esse paupável, superficial, frívolo, fulgaz. Eu moro dentro de mim, resido em minhas emoções. Rejeito ser parte dessa esfera gélida que abriga a indeferença humana . Valores medidos, pesados e julgados pelo status social e por esteriótipos pré-estabelecidos. Os interesses individuais acima do coletivo, do bem comum, as relações afetivas cada vez mais frágeis devido ao egoísmo operante são o cenário do hoje.
Não é o erro dos indíviduos que os torna medíocres, mas a persintência em manterem-se pequenos de alma. É estranho ver pessoas sorrindo da dor alheia, menosprezando os oprimidos, os marginalizados. É igualmente estranho ver a superficialidade dos sentimentos superar a grandeza dos atos. O que nos impede de enxergar as entrelinhas do outro? Aquilo que não foi proferido, mas que os olhos denunciaram? É preciso entender que pessoas não são objetos de nosso uso pessoal. Mas que são seres dotados de sentimentos que podem ser profundamente machucados. As vezes de maneira irreversível.
Não sou parte de um mundo preconceituoso, cuja hipocrisia é a regente da sociedade. Recuso habitar em um espaço permeado de arrogância, discriminação e descaso.
Deixe-me aqui no meu lar, dentro de minhas poesias, onde tudo faz sentido e onde tudo que é sentido tem valor. Quero viver e perecer nesse universo paralelo, que na verdade é o real. Porque o verdadeiro mundo é aquele que acolhe, que abraça. Sei que me rotularão, me julgarão e sim, me esquecerão. Mas eu, prefiro ficar do lado de dentro, que é mais cálido, intenso e verossímel.