quarta-feira, 29 de junho de 2011







As águas me chamam

E clamam pelo meu corpo

Submerso, inerte , imerso

Em escuridão

Profundo rio sombrio

Lança-me o desafio

Mergulhar, residir

Encontrar o perdão

Jazigo, abrigo do aflito

Gélida morada, inacabada

Planando na água

Atada em solidão

Caminho na margem

Na direção da miragem

Que acena ao fundo

Amuleto em mãos

Recebe-me morte, entrego-me a sorte

Pouso e repouso de olhos aberto

Tão fundo e tão perto

Rumo a redenção







quarta-feira, 1 de junho de 2011

Incertezas






Quando eu pensei estar agindo correto diante de um erro eu percebi que estava cometendo um erro maior ainda : acreditar que as pessoas estão preparadas para lidar com a sinceridade que impulsiona a confissão. Era para ser uma atitude nobre, fruto de um arrependimento sincero. Mas não passou de uma tolice que desencadeou o caos. O que é mais fácil e mais aceitável ? Ser hipócrita talves, ser frio e egoísta a ponto de preservar os meus interesses , mesmo que para isso seja preciso enganar os outros.Que contraditório.


Não foi emocionante descobrir que sou mortal. Foi decepcionante me perder em caminhos que julguei ser desprezíveis. Foi sórdido perder a ingenuidade. Foi um engano pressupor que algumas pessoas mudam com o passar do tempo. Mas , eu tentei corrigir, eu tentei ser alguém melhor, eu tentei voltar a ser genuina e fiel a meus princípios.


Sim, eu esperei a mesma postura dos outros, eu desejei a verdade, eu busquei, eu sonhei com ela. Ela não me foi dada, foi vomitada porque eu meti o dedo na garganta do covarde. E o que ele me ensinou ? Que por mais arrependida que uma pessoa possa estar diante de um erro, confessá-lo é colocar-se na mira de um coração vingativo. É um risco que todos correm.


Tenho medo, confesso, da pessoa que o mundo quer me obrigar a ser. Desconheço-me. Não sei mais quem sou. Nada mais está sólido e estável pra mim. Eu me perdi, não sei voltar, simplemente porque não sei onde estou.