sábado, 25 de maio de 2013

                                                                     Afogado


Aquelas últimas gotas de chuva molharam o travesseiro e inundaram o quarto. Não era como a garoa suave que caia na rua. Era tempestade !

O sorriso que enfeitou de carmesim a esperança quase morta, convidou a insensatez para uma dança suicida.

E no deserto do salão havia sangue percorrendo as notas musicais. Havia também o aroma gostoso da noite testemunhando o gélido toque.

Os passos incertos e apressados do desejo tentando equilibrar-se nas falhas do caminho, colocou-se na ponta da razão e abraçou a loucura.

E abriu-se uma cratera profunda entre os olhares com o impacto da música proibida. As borboletas entraram de uma só vez na alma, formando o panapaná do sentir.

No palco vazio o sorriso decidiu morrer. Sucumbiu a morte, esqueceu a esperança. Apagou a cor dos lábios. Fez nos olhos chover e na tempestade resolveu se afogar.


Poetisa Insana

Nenhum comentário:

Postar um comentário